24/04/2020

SOU ZINHO VERSUS MAU ZINHO

A única coisa que percebo de economia é que tenho de viver com o meu ordenado, e que se ele for de 2.000 euros eu posso gastar mais do que se fosse de 500 euros!

Agora a sério.
O mundo, e todas as pessoas que nele vivem, sempre foi a minha maior preocupação: fazer dele um mundo mais justo, mais pacífico, mais igualitário, mais humano. É uma tarefa simples mas as artimanhas dos poderosos dificultam-na dramáticamente. É assim há tanto tempo que já tivemos tempo de aprender a lição. Mas não fosse a necessidade básica da sobrevivência e, consequentemente, a incapacidade de juntar todos os braços e pernas dessa imensa minoria para dizer basta, já o assunto teria sido resolvido. Mas não, e a elite, onde quer que seja, aproveita-se disso para nos escravizar, de uma maneira ou de outra. Quero dizer, infâme, não importa se antes da abolição, ou depois, só mudando a estratégia -pagar miseravelmente para controlar ad aeternum.
Depois deste intróito, passo a dirigir-me aos dirigentes europeus, insignificantes em termos comparativos à China e aos EUA, mas, mesmo assim, que poderiam ser a diferença e o exemplo neste mundo cada vez mais bipolar -como a doença. E o que vejo? O que sempre vi: a habitual picardia norte/sul, este/oeste, Rússia sim ou não, África -só para não nomear um a um, e perdoem-me porque África merece muito mais respeito e admiração do que aquilo que demonstramos, quer na colonização, quer após a descolonização, quer agora com a Chinanização - que fazer contigo?, a Ásia, cada vez mais o centro do mundo, e a Oceânia tão lá longe que nem sabemos o que fazer com ela.
Pois este momento covid-19 poderia ser o percursor para um novo começo. Em primeiro lugar para afirmar que só em uníssono seremos respeitados e poderemos vencer este desafio, e consequentemente os vindouros. Que só em uníssono faz sentido todo o sonhar destas gerações - que irão receber o testemunho, em breve, e o maior desafio que a humanidade alguma vez enfrentou: o aquecimento global e a própria vida no planeta Terra – sem que nós, os líderes, os velhos, e os adultos, lhes tivéssemos facilitado a vida. Que só em uníssono faz sentido a própria existência da União Europeia. Mas, mais importante, este é o momento para mais uma lição de vida: a união faz a força. Não é o momento para uma lição de moral... O tempo é de acção, não de conversação! E, para findar como comecei, o uníssono seria tanto melhor se nele incluíssemos todos os países do mundo!

Gostaria de complementar este texto com duas transcrições de um precioso artigo “Europa: responsabilidade e bom senso”, da autoria de António Mendonça, e publicado no Expresso (Caderno de Economia) de 18/04/2020:
...”Nesta crise, em que a analogia com a situação de guerra tem sido muito utilizada, podemos imaginar o que seria um exército comandado por um Estado-maior que adiasse sistematicamente as decisões fundamentais em pleno campo de batalha e nunca tomasse as decisões na dimensão requerida para enfrentar com sentido de vitória o inimigo. É óbvio que estava aberto o caminho para o desastre.”
...“O escrito em questão intitula-se ‘As consequências económicas da paz’ (Keynes 1919) e nele se pode encontrar uma das mais lúcidas análises do período histórico em que ocorreu o primeiro grande conflito mundial. E, sobretudo, uma crítica implacável ao modo como os responsáveis económicos e políticos da época se mostraram incapazes de dar respostas aos problemas, ao produzirem um tratado que não só era completamente desajustado das realidades e necessidades da altura, como, ao impor penalizações e indemnizações à Alemanha humilhantes e impagáveis, acabou por favorecer a ascensão do nazismo e outros autoritarismos que desembocaram na Segunda Guerra Mundial.”
Vale a pena lerem o artigo completo!

Este escrito é dedicado ao ministro das finanças holandês.

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