Portugal tem um clima ameno? Não! Tem um clima extremo? Sim!
A metade sul do país há muito que sofre com a falta de água, e o que é que se acontece? Fazem-se campos de golfe , promove-se e permite-se agricultura intensiva, controem-se hotéis e condomínios turísticos às centenas, e que têm como único denominador comum o consumo abismal de água onde há cada vez menos, e em que chegará o dia, próximamente, onde não haverá nem para os habitantes de terceira categoria, vulgo nativos e pobres, tomarem banho, cozinharam ou beberem.
A ministra da Agricultura pensa que é a ministra da Cultura, isto enquanto dá rédea solta ao agro-negócio; intensivo e lucrativo para os empresários, laborioso e tenebroso para os trabalhadores -que rima melhor com contentores!- e pavoneia-se a debitar vocabulário pseudo-erudito entrecortado por anúncios de ajudas financeiras, não do governo que não tem dinheiro mas de Bruxelas, onde há sempre alguém que está de serviço permanente para atirar umas moedinhas a quem for persistente a pedinchar. Mas, mais incrivelmente, demonstra aquilo que verdadeiramente é: alguém sem uma visão séria e inovadora para a agricultura; alguém que não percebe que onde não há água só se podem ter culturas que precisem de pouca água, adaptadas a essa realidade; alguém que não percebe que há muitos, embora pequenos mas não de tamanho nem de caracter, agricultores que são os que mais podem ajudar a inovar e a re-adaptar as culturas agrícolas à realidade no terreno; alguém que não tem empatia mas simpatia de cortesia até virar costas e entrar no carro oficial de volta à capital; alguém que não conhece a expressão: “arregaçar as mangas…” Ou a confunde com manga curta!
