23/11/2023

NÃO SEI O QUE FIZ, SÓ SEI QUE NÃO O FIZ

Agora que a hemorragia das demissões estancou, e que parece não haver, nem fumo de fogo, nem fogo de fumo, aprecio com mais calma o estertor do cadáver político; apesar de todas as tentativas para o ressuscitar creio que se pode falar já de uma morte certa, senão, pelo menos cerebral. Já nada de inteligível se pressente, muito menos inteligente. Morto ao vivo, em directo e para inglês ver, também.

Mas ninguém chora, nem os familiares da política, essa mal encarada. Devem ser os tempos modernos, os culpados, e talvez não seja de criticar a falta de tal decoro sentimentalista, tão propício, no passado ainda recente, a tanto pranto demagogo, até mesmo fora do lugar apropriado. Das dores de cotovelo percebo eu, das outras dores, que os políticos dizem não existir, percebem eles. Nós, no fundo, estamos sempre no fundo, e já tão habituados que ansiamos por nos afundar ainda mais um bocadinho, e mais um bocadinho se faz favor. E muito obrigado! E desculpe! Tudo de bom!

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